Quando tratamos sobre a vida financeira, o que desespera não é a falta de dinheiro, mas a sensação de descontrole. Por isso, está na hora de estabelecer um Plano de Segurança para você.
O Plano de Segurança funciona como a rede dos trapezistas de circo. Se você sabe do que estou falando, lembra de que esses profissionais só fazem o que fazem nas alturas porque estão seguros por uma rede um pouco acima do chão. Eles sabem que, caso aconteça algum imprevisto, podem ficar tranquilos.
Como está o seu plano de segurança? Utilize os itens a seguir como guia, mas fique à vontade para inserir mais itens conforme a necessidade da sua vida atual.
São quatro itens que você deve cuidar antes de alçar voos financeiros mais altos:
1 – Reserva de emergência
Dinheiro guardado para imprevistos, como doença, bater o carro ou demissão. O ideal é que esta reserva cubra de seis a 12 meses de gastos da família para dar tempo de reestruturar-se. As economias podem ser deixadas na poupança, títulos do Tesouro Direto atrelados à Selic, fundo de renda fixa com taxas de administração ideais em torno de 0,5% ou com retorno de mais de 100% do CDI. A sugestão é escolher duas dessas e colocar metade do dinheiro em cada. Diversificar também é reduzir risco.
2 – Aposentadoria
É preciso ter previdência complementar, mesmo que não seja em um plano tradicional de previdência privada. Se você quer fazer um plano por conta própria, indico que você utilize a Regra dos 80:
80 – idade atual = % que deve ser investido em renda variável
Os 80 seriam a expectativa de vida da pessoa. Diminui desse valor a idade atual. O que sobra é o quanto (em percentual) do dinheiro guardado para a aposentadoria que deve ser aplicado em investimentos de renda variável. O restante deve ser colocado na renda fixa. A cada ano, a conta é refeita e a carteira de investimentos é reavaliada, o que é um comportamento financeiro saudável.
Um exemplo prático (e real): tenho atualmente 29 anos. 80 – 29 = 21. Portanto, eu devo investir 51% do dinheiro destinado à minha aposentadora em renda variável. O restante será investido em renda fixa. Ano que vem a conta alcança 50/50, e assim vou readequando a minha carteira conforme vou ficando mais velha.
3 – Plano de saúde
Mesmo que a sua empresa ofereça, é preciso identificar um plano se saúde adequado. No caso das mulheres, cobertura de parto é importante. A dica é imprimir o contrato e ler com atenção. A maioria dos planos tem uma ouvidoria preparada para negociar.
4 – Seguros
Seguros de vida, de carro e da casa são importantes. Alguns cobrem diagnósticos de doenças específicas de mulheres que não são cobertos por planos de saúde. Há ainda opções que oferecem serviços gratuitos como chaveiro e hidráulico.
* Leila Ghiorzi é coach financeira e aluna do curso de especialização em Finanças, Investimentos e Banking da PUCRS. Possui formação complementar em Investimentos e Intermediação Financeira pela FGV e formação executiva em Finanças Corporativas pela UCAM. É autora do projeto É da minha conta.